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Lappis realiza oficina de construção de pesquisa com apoiadores institucionais

oficina_de_apoiadores_1.JPGMais uma vez, o Lappis aposta na participação como elemento-chave para a construção coletiva da pesquisa. Reunidos no Hotel Novo Mundo, no Flamengo, apoiadores institucionais de diversas regiões iniciaram nessa segunda-feira a oficina técnica intitulada: “Áreas estratégicas e o direito à saúde: a construção da integralidade no contexto do apoio institucional”. O dia foi reservado para o compartilhamento de experiências e uma reflexão instigante sobre os desafios e potencialidades dessa função para o SUS.

Também participam da oficina, que prossegue por toda a terça-feira, os pesquisadores do Lappis que estão envolvidos no projeto “Ações Estratégicas para o Fortalecimento das Redes de Atenção à Saúde no SUS”, uma parceria com a OPAS. O evento conta com a participação de Gustavo Nunes, coordenador da Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde (PNH). Gustavo irá conduzir o debate nesta terça-feira.

oficina de apoiadores 6_1.JPGPesquisador do Lappis e mediador da Oficina, Fábio Hebert, de Vitória (ES), acredita que dois pontos merecem destaque no evento: a oportunidade de discutir a relação entre o apoio institucional e a integralidade, uma vez que são pouquíssimos os espaços onde essa discussão vem sendo feita, e a própria avaliação da prática do apoio intitucional na rede de serviços.

“Esta Oficina é um espaço de articulação e avaliação ética no sentido que a gente tem de construir estratégias e dispositivos de avaliação dos efeitos da prática do apoio institucional da vida dos trabalhadores, dos usuários, da própria gestão dos trabalhos em saúde”, aposta Fábio, acrescentando que essa é a primeira de muitas oficinas. “A ideia é que, a partir do material que sair daqui, a gente possa ter subsídios para poder articular eixos analíticos em relação à própria pesquisa”.

O papel da Universidade

Roseni Pinheiro, coordenadora do Lappis apresentou logo cedo o exercício metodológico a ser realizado na Oficina. Há apoiadores de Rio Branco (AC), Salvador (BA), Campinas (SP), Vitória (ES), Juazeiro (BA), Cariacica (ES) e Palmeira das Missões (RS). Ao final da tarde, diante da diversidade de depoimentos e da força dos relatos dos diversos atores que participam do cotidiano do apoio institucional, a professora ressaltou o papel fundamental da Universidade.

oficina_de_apoiadores_9.JPG“Tudo o que foi compartilhado aqui só reforça a sistematização dos estudos sobre a atuação do apoiador institucional no desenvolvimento de políticas públicas de saúde”, disse. “A tríade que diz respeito a qualquer projeto de pesquisa é composta justamente por: visibilidade, responsabilidade e sentimento de pertença. Aqui, nos foi dada a possibilidade de visualizar o apoio em cada um desses municípios. Isso tem a ver com a defesa do SUS e com a defesa do usuário. E isso é um posicionamento epistemológico”.

Vinda de Salvador, a apoiadora Aline Costa, da Política Nacional de Humanização (PNH), que também participa da Oficina, acredita que construir a função ‘apoio’ nos serviços de saúde, nas unidades, nas organizações, nas secretarias, faz parte também de uma mudança cultural. “Eu digo que se trata de fazer um resgate de uma militância por um SUS, público, universal, que garanta acesso, que garanta qualidade e que, sobretudo, crie espaços de solidariedade entre as pessoas”.

O que dizem os Apoiadores sobre a Oficina:

oficina_de_apoiadores_2.JPG“Esse encontro é uma oportunidade de encontrar pessoas que fazem apoio em diferentes lugares com outras experiências, outras histórias, mas que trazem para a discussão pontos comuns de quem faz apoio em qualquer lugar que seja, na modalidade que seja. Já passa da hora de fazermos essa discussão conjuntamente com quem faz apoio. Só assim a gente vai poder avançar e ver o que precisa ajustar e que propostas a gente tem para construir outras frentes de apoio ao SUS”. (Eida Maria Gonçalves, Vitória-ES)

“A Oficina possibilita essa troca de experiências, a visualização dos contextos, os saberes e,  principalmente, as práticas que se dão em cada canto do país. Aqui, a gente tem uma diversidade de regiões representadas. Isso possibilita visualizar o que acontece e aí, pensando nas potências e  nos desafios, nos permite refletir e repensar a nossa própria prática. Então, é extremamente oportuno esse espaço e essa oportunidade que é dada pra gente”. (Eufrásia Cadorin, Rio Branco-AC)
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“É um privilégio poder participar desta Oficina. Esse é um espaço muito rico, ímpar. Em Juazeiro, a gente tem um histórico de apoio institucional pensando nas nossas equipes de saúde da família. É muito intenso e gratificante estar aqui ouvindo o que os outros municípios vêm construindo, percebendo que está todo mundo na mesma direção, que há uma preocupação coletiva de fazer mais e melhor e de retirar dessas experiências aquilo que você vai poder aplicar lá no seu município”. (Geandry Peres, Juazeiro-BA)

“Para mim, esse dia foi de grande aprendizado e de troca do que está se fazendo naquilo que se denomina a função do apoio institucional. Pra gente, que vem trabalhando e pensando o apoio institucional desde 2008, é de um prazer imensurável chegar num espaço como esse e ter essa riqueza de experiências, essa diversidade de apostas coletivas de que esse é um modo de efetivar o SUS e de garantir direitos. Saio feliz. Esse encontro é um embrião de algo que vai ser gestado coletivamente e que vai trazer muitos frutos pra saúde brasileira”. (Aline Costa, Salvador-BA)

oficina_de_apoiadores_7.JPG“Para mim, está sendo muito instigante. Saio daqui bastante motivada, pensando muitas coisas a respeito da minha prática, a partir dessa diversidade de experiências e de constituições do SUS. Acho que, para o trabalho que a gente faz, isso é muito importante, porque faz a gente refletir sobre nossa prática, agregar experiências, pensar em coisas que a gente poderia estar fazendo e não está, refletindo sobre a potência do SUS e fortalecendo o apoio como um papel bastante estratégico na construção da rede de saúde”. (Carolina Sombini, Campinas-SP)

“Como saio daqui? Saio renovada, ou melhor, saio nova, saio outra. Em função dos encontros que aqui foram propiciados, das conversas que a gente teve, do que a gente compartilhou, do que foi possível resignificar e rever. E também de alguma forma com aquilo que consegui contribuir a partir do que a gente vem fazendo em nosso município”. (Liamara Ubessi, Palmira das Missões-RS)

oficina_de_apoiadores_10.JPG“A oficina tem uma importância para além da pesquisa. Acho que a gente não só contribui com a pesquisa, mas aprende bastante aqui. Exatamente pela possibilidade de interagir com pessoas do Brasil inteiro. Muitas vezes, a gente tá lá, isolada na sua prática restrita, e de repente, numa oportunidade como essa, tem a possibilidade de fazer circular ideias e ver como tá sendo feito o apoio institucional no resto do país. Dá até um certo alívio perceber que muitos passaram por dificuldades parecidas mas, ao mesmo tempo, é possível perceber as diferenças e as novas possibilidades de atuação nossa. Essa troca é riquíssima porque nos possibilita isso”. (Ticiana Hupsel, Fundação Estatal de Saúde da Família – FESF-SUS – Salvador-BA)

oficina_de_apoiadores_3.JPG“Esse é um fórum de alto nível que acontece fora da correria que a gente vive no dia-a-dia. Os problemas aqui compartilhados são mais ou menos os mesmos, muda só de destino. Mas acho muito interessante que a gente possa participar de algo coletivo assim. Fico feliz por sentir que ainda existem espaços abertos para discutir assuntos como esse. Tem que haver muito mais debates nesse sentido. Assim é possível acompanhar as mudanças e tentar melhorar cada vez mais o nosso Sistema Único de Saúde. (Geraldo Marcos Sousa, Cariacica-ES)

Próxima etapa

A oficina acontece através de uma parceria entre o Lappis (IMS/UERJ) e o Departamento de Ações Programáticas Estratégicas (Dapes) do Ministério da Saúde. Na quarta-feira, dia 24, acontece ainda um segundo momento como desdobramento dessa etapa. Trata-se de uma oficina para operacionalização do plano de trabalho do projeto e se destina a integração do Lappis com o Dapes e coordenadores das áreas implicadas pelo Projeto Ações Estratégicas para o Fortalecimento das Redes de Atenção à Saúde no SUS.

Participam ainda desse segundo momento, outros representantes do Ministério da Saúde como Vera Mendes (Coordenador de Atenção à Saúde da Pessoa com Deficiência), Taciane Monteiro (da Coordenadoria de Saúde Mental) e Gilvani Granjeiro (da Coordenadoria de Saúde Infantil).
 
 

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