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CBCSHS: identidade visual inspirada em Fernando Diniz

fernando_diniz.2004.1.b.jpgCiências Sociais e Humanas. Saúde Coletiva. Arte. Interdisciplinaridade. Para casar com essa ideia de um projeto que seja a um só tempo técnico, científico e cultural na área da saúde, a logomarca do VI Congresso Brasileiro de Ciências Sociais e Humanas em Saúde é inspirada nas mandalas do artista plástico Fernando Diniz, cuja produção integra o acervo do Museu de Imagens do Inconsciente. A imagem dá origem a toda a identidade visual do Congresso, que acontece na UERJ, entre 13 e 17 de novembro.

A imagem foi escolhida em meio a uma dezena de outras imagens da série Mandala, de autoria de Fernando Diniz. Nessa – originalmente um guache sobre cartolina de 33 x 48, com data de 1981 -, o artista mescla figurativo e abstrato num caleidoscópio de cores que se revela em múltiplos encaixes, uma característica de sua obra.

lg_cienciassociaisesaude2013.gifO Museu de Imagens do Inconsciente cedeu gentilmente o uso da mandala de Fernando Diniz  para esta edição do CBCSHS. Diga-se que o tema do Congresso este ano é “Circulação e diálogos entre saberes e práticas no campo da saúde coletiva”. Essa é portanto uma boa oportunidade para prestar a nossa justa homenagem ao artista.

Quem é Fernando Diniz

Fernando Diniz é baiano, de Aratu. Nascido em 1918 e sem nunca ter conhecido o pai, veio para o Rio de Janeiro com sua mãe, costureira, aos 4 anos de idade. Inteligente, cursou até o 1º ano científico e costumava ser o primeiro aluno da classe. Mas abandona os estudos.

Em 1949 vai para o Centro Psiquiátrico Pedro II e passa a frequentar a Seção de Terapêutica Ocupacional, onde começa a chamar a atenção por conta da beleza de suas pinturas. A renomada médica e psiquiatra Nise da Silveira é quem mais o incentiva a pintar.

“- Não sou eu, são as tintas”, respondia Fernando Diziniz sempre que indagado sobre a qualidade insuspeita de seu trabalho.

Para ele, o hospital é como uma universidade. Apaixonado por livros, mantém-se atualizado e sempre informado, apesar da longa reclusão. Seus interesses vão desde as descobertas científicas até a informática, passando pela astronomia, química e física nuclear. Fernando revela-se um pesquisador incansável.

É dessa babel que surge o universo de Fernando. Seu trabalho ganha reconhecimento em exposições que extrapolam o território nacional.

O artista torna-se conhecido do grande público, ao participar do filme Imagens do Inconsciente, de Leon Hirzman, em 1986, baseado em texto de Nise da Silveira. Realizou mais de 40 mil desenhos para o curta de animação Estrela de Oito Pontas, de Marcos Magalhães, que ganhou o kikito no Festival de Gramado e o prêmio de melhor curta no Festival de Havana.

Além desses desenhos, sua produção no Museu é estimada em cerca de 30 mil obras entre telas, desenhos, tapetes, modelagens.
Fernando continuou produzindo até o fim da vida, apesar da gravidade de sua doença. Quando doente, é transferido para o Hospital Pedro Ernesto, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, onde foi acolhido com carinho.

Realizou  sua última exposição no Museu Nacional de Belas Artes, em dezembro de 1998. Três meses depois, em 5 de março de 1999, morre de cardiopatia e câncer.

O Museu de Imagens do Inconsciente

O Museu de Imagens do Inconsciente teve origem nos ateliês de pintura e de modelagem da Seção de Terapêutica Ocupacional, no Engenho de Dentro, organizada por Nise da Silveira em 1946, no Centro Psiquiátrico Pedro II. A médica colocava-se radicalmente contra as formas agressivas de tratamento psiquiátrico de sua época, ainda baseadas em lobotomia e eletrochoque.

O Museu foi fundado oficialmente em 1952 e, desde então, tem funcionado como um auxílio na compreensão dos mitos sobre a esquizofrenia, revelando-se de grande interesse científico e utilidade no tratamento psiquiátrico.

Para saber mais, visite o site do Museu de Imagens do Inconsciente: http://www.museuimagensdoinconsciente.org.br/

Fonte: Museu de Imagens do Inconsciente

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