Hostpital Sófia Feldman

Casas de parto são baseadas nos princípios da Integralidade

As Casas de Parto oferecem uma alternativa ao parto hospitalar e devolvem ao nascimento sua dimensão social. Apesar de ainda encontrar resistência, principalmente por parte dos médicos, as Casas já se instalaram em São Paulo, Juiz de Fora, Recife, Brasília e Rio de Janeiro.Procurar um hospital, separar-se da família e enfrentar instrumentos cirúrgicos não são a única opção para as mulheres que entram em trabalho de parto.

O Ministério da Saúde vem apoiando a instalação de casas de parto, oficialmente chamadas de Centros de Parto Normal (CPN). O serviço preserva as características de um parto domiciliar e devolve ao nascimento sua dimensão social, tornando-o mais que um ato médico. Esses locais são uma saída para as mulheres que querem ter um parto natural, diferente do que ocorre em hospitais, onde a internação segue procedimentos traumatizantes como a separação da família, o acesso limitado à alimentação e a instalação de soro endovenoso.

Nas casas de parto, a gestante pode caminhar, comer, beber, tomar banho e receber massagens. A posição do parto, seja na água, deitada ou de cócoras é escolhida pela mãe. Acompanhantes podem estar presentes em qualquer momento. Enfermeiras e parteiras acompanham o pré-natal e todo o parto. Após o nascimento, o bebê não é separado da mãe. “A casa de parto é favorável às práticas da Integralidade voltadas para a mulher. A opção de escolha, o acolhimento, a escuta e o respeito à individualidade compõem práticas contextualizadas que não podem ser privativas de nenhum núcleo profissional”, analisa Roseni Pinheiro, coordenadora do LAPPIS.

A casa de parto

 

O Centro de Parto Normal (CPN) do Hospital Sofia Feldman foi inaugurado em novembro de 2001 e atende somente pelo SUS. Por seguir o modelo intra-hospitalar, existem algumas diferenças no seu funcionamento em relação às outras casas de parto. O modelo intra-hospitalar facilita o acesso a outros profissionais como o médico, o psicólogo e o assistente social. Segundo Nágela Santos, enfermeira obstetra coordenadora do CPN, o fato do CPN funcionar dentro do hospital torna o protocolo mais flexível e a casa disponibiliza mais leitos para o SUS. As mulheres passam pela admissão do Sofia e um médico avalia se elas se enquadram no protocolo da casa de parto, oferecendo, assim, essa alternativa à maternidade do Hospital. São feitos, em média, 100 partos por mês, com direito à presença de um acompanhante escolhido pela mulher. Ela pode também escolher a posição do parto e pode usar inúmeros métodos não farmacológicos como a bola do nascimento e a escada de ling para aliviar a dor, uma vez que não é usada anestesia. “O que é mais importante na casa de parto é que a mulher vai escolher a forma de dar à luz e o profissional vai apenas seguir esse trabalho para que tudo transcorra da forma mais fisiológica possível”, diz Nágela.

Tudo isso resulta em uma excelente impressão aos futuros pais. Os veterinários Francis Guedes e Renata Costa, futuros pais da menina Cecília, estão em visita ao CPN parto, onde pretendem que seja realizado o parto de sua filha. E a impressão foi a melhor possível. “Eu não imaginava que pudesse conhecer a casa de parto dessa forma, sanei as últimas duvidas que eu tinha e agora quero mesmo ter minha filha aqui”, diz Renata. “Nós acreditamos que o parto não é uma doença, queremos que transcorra da forma mais normal possível”, completa o futuro pai, que chegou até a pensar em contratar uma parteira antes de procurar a Casa de Parto.

Quem já passou pela experiência também está satisfeito. Israel Augusto dos Santos, mecânico, e sua esposa, Ingrid de Almeida Dias, tiveram seu filho no CPN. “Foi ótimo, não tem coisa melhor”, diz o pai, que participou do parto e cortou o cordão umbilical. Para a mãe, a impressão também foi boa: “foi uma emoção muito grande, nós sentimos um vínculo muito intenso”. O parto na casa, sem anestesia, foi uma escolha de Ingrid, que não teve medo: “eu já havia escolhido esse tipo de parto desde o começo, eu sabia que a anestesia pode causar problemas também”, encerra.

 

 

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