Apoiado para concorrer à presidência da Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (ABRASCO), Luiz Augusto Facchini escreveu uma carta aberta, apresentando proposta de plataforma eleitoral e ações sobre dinâmica de trabalho e reforma de estatutos.
Pelotas, 23 de agosto de 2009
Estimados companheiros,
Foi com surpresa e satisfação que recebi a indicação e o apoio de muitos colegas da diretoria, do conselho, de comissões e GTs para concorrer à presidência da ABRASCO. Esta é a razão desta carta, que busca compartilhar observações sobre os desafios e as tarefas de nossa entidade nos próximos anos, que não deveriam faltar à qualquer programa voltado ao desenvolvimento da ABRASCO.
Inicialmente preciso registrar que fiquei surpreso com a indicação porque não pleiteio esta enorme responsabilidade. Minha militância pelo engrandecimento da ABRASCO já me ocupa intensamente. Pessoalmente, permanecer na diretoria da entidade, ou participar de algum GT, ou comissão já seria uma boa maneira de continuar contribuindo.
No entanto, por iniciativa de meu prezado amigo e presidente Carvalheiro e de muitos colegas fui apoiado publicamente a concorrer ao honroso cargo. É evidente que fiquei muito satisfeito, dado o apreço das manifestações e a relevância histórica de seus autores. Mas imagino que todos concordam que as responsabilidades políticas e acadêmicas, administrativas e logísticas da ABRASCO são de tirar o fôlego de qualquer um, especialmente quando não se é um atleta olímpico. Logo, o comando e o desenvolvimento de suas atividades precisam ser compartilhados em uma sintonia fina e intensa, não sendo tarefa exclusiva de um presidente, ou de uma diretoria, mas de todos os seus membros.
Fiquei imensamente honrado com a disponibilidade de colegas com grande militância em prol da ABRASCO e representatividade institucional e regional em participar da diretoria e do conselho. A competência e qualidade dos colegas, citados abaixo, em compartilhar as decisões e a execução da enorme tarefa, certamente trarão mais um período de êxito e realizações à ABRASCO.
Diretoria:
– Facchini – DMS-PPGE, UFPEL, RS
– Chester – FSP-USP, SP
– Ligia Bahia – IESC-UFRJ, RJ
– Luis Eugenio – ISC-UFBa, BA
– Kenneth – IMS-UERJ, RJ
– Elias Rassi – UFGO, GO
Conselho:
– Antonio Ivo – ENSP-FIOCRUZ, RJ
– Gastão – UNICAMP, SP
– Eduardo Freese – Ageu Magalhães-FIOCRUZ, PE
– Rita Barata – DMS-SANTA CASA, SP
– Mariângela – UFMG, MG
Antes de tornar oficial a candidatura da chapa acima nomeada, será essencial a organização de um programa, uma plataforma eleitoral, que expresse uma proposta estratégica para a ABRASCO, identificando as questões prioritárias e as estratégias de atuação da entidade. Com o intuito de iniciar esse processo coletivo de elaboração de nosso programa, sistematizei algumas sugestões que recolhi de vários colegas nos últimos dias, sem buscar qualquer hierarquia e exame de eventuais contradições. Solicito que todos incluam suas observações críticas para a produção de um programa democrático, que resulte em avanços para nossa entidade e seja significativo para seus associados.
QUESTÕES SUGERIDAS
Dinâmica de trabalho da diretoria e conselho
– Reafirmar a complexidade e diversidade da ABRASCO, o compromisso com a construção de consensos e propostas que representem um salto de qualidade dialético, fortalecido pela reflexão aprofundada e criteriosa de visões diferentes e contraditórias.
– Distribuir as complexas e diversificadas funções da ABRASCO entre os colegas, valorizando perfis e competências na coordenação e desenvolvimento de atividades e na representação política, em um processo permanente de consultas e debate. Áreas sugeridas para a divisão de tarefas na diretoria e conselho:
> Coordenação técnica e política de assuntos nacionais
> Coordenação técnica e política de assuntos internacionais
> Coordenação de comissões: ciências sociais e humanas, políticas de saúde e epidemiologia
> Coordenação de GTs – coordenação técnica de representação nacional
> Coordenação do fórum de PG – incluir nas reuniões
> Coordenação do fórum de Graduação – incluir nas reuniões
– Fortalecer a presença e a liderança da ABRASCO em atividades científicas regionais e locais que mobilizem seus associados individuais e institucionais em favor do desenvolvimento da SC e do SUS.
– Articular a intervenção e a representação nacional e internacional da ABRASCO com outras entidades e instituições do país e do exterior.
– Aprimorar a utilização de metodologias participativas na identificação de questões cruciais, na elaboração de suas respostas e na construção de congressos e eventos da ABRASCO, expressando a complexidade, atualidade e inovação em curso na saúde coletiva nacional e internacional.
– Fomentar propostas criativas que desenvolvam os formatos dos congressos e eventos da ABRASCO, aproveitando a experiência acumulada pela entidade ao longo de 30 anos e oriunda de outras iniciativas nacionais e intenacionais.
> Inovar na apresentação de posters e outros formatos de mídia em grandes congressos, valorizando a participação dos sócios e membros da comunidade de saúde coletiva na apresentação e coordenação das atividades.
– Mobilizar o apoio e a responsabilidade dos sócios com o financiamento da ABRASCO, reduzindo a inadimplência individual e institucional e realizando campanhas de filiação.
Reforma de estatutos
– Adequar a abrangência da ABRASCO à sua realidade, incluindo a graduação em SC, a crescente participação dos serviços de saúde em SC, a representação das macrorregiões geopolíticas do país e o intercâmbio internacional.
> Expressar essa nova complexidade organizacional na composição da diretoria e do conselho, ampliando sua representatividade associativa e institucional.
> Repensar a estrutura e o organograma de direção da ABRASCO, considerando a oportunidade e as vantagens da inclusão dos cargos de secretário geral e tesoureiro entre seus membros e a criação de um fórum da Graduação em SC.
> Avaliar a criação de uma coordenação de GTs e comissões, que poderá ser exercida por um vice-presidente, com a responsabilidade de articular as intervenções temáticas e os recortes conceituais e metodológicos em desenvolvimento na ABRASCO, favorecendo a interação e as parcerias em congressos, eventos e representações técnico-políticas.
> Garantir a participação da coordenação dos fóruns de Graduação e Pós-Graduação e coordenação de GTs e comissões em todas as reuniões de diretoria e conselho.
> Definir critérios e processos para a criação e funcionamento de comissões e GTs, inclusive de representação individual e institucional.
Na expectativa de contribuir para o debate que se inicia com a abertura do processo eleitoral na ABRASCO, gostaria de contar com as considerações dos colegas.
Um grande abraço,
Luiz Augusto Facchini
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