A mesa-redonda “Humanização e educação permanente no SUS: itinerários formativos do agir ético-político no cuidado na saúde”, que acontece durante o XII Seminário da Integralidade, em agosto, no Acre, vai ser uma boa oportunidade para pensar o docente reflexivo, que discute o seu percurso e tem consciência do seu papel formador. Essa é a opinião da professora Lilian Koifman (ISC/UFF), que irá coordenar o debate na tarde do primeiro dia do evento. Numa entrevista para o BoletIN, a pesquisadora apontou alguns pontos que serão colocados em pauta.
Para Lilian, mesmo com a noção de que o SUS ainda tem muito que caminhar em termos da humanização e do cuidado, não dá para negar que é possível aproveitar os espaços formativos para exercitar o agir ético-político no cuidado em saúde. “Um dos aspectos desse tema se reflete nos cursos de graduação em saúde. Ao gerar desde o início a entrada nas Unidades Básicas de Saúde e o contato com o que chamamos “saúde na vida real”, damos mostras de que apostamos na potência da vivência e seus desdobramentos”, acredita Lilian. “Temos a noção de que nos arriscamos no contato com problemas graves de gestão, organização, desumanização etc. Mas buscamos criar com nossos estudantes estratégias de transformação da realidade”. Não é só isso. Segundo a professora, esses cursos também são responsáveis por estimular pesquisas de pós-graduação que desenvolvam, de forma integrada, “olhares, descrições, propostas e desafios” que fazem a diferença na prática da saúde coletiva.
Lilian Koifman participa desde os primeiros seminários da Integralidade que, para ela, cumprem o papel de democratizar o debate sobre a pauta do SUS, ao reunir anualmente trabalhadores da saúde, professores-pesquisadores e estudantes interessados no tema da Integralidade. Este ano, quando se discute a Integralidade sem fronteiras: itinerários formativos, de justiça e de gestão na busca por cuidado, ela considera o debate mais do que oportuno. “Sempre mergulhamos na possibilidade de utilizar esse tipo de espaço para a formação de nossos alunos de graduação e pós-graduação”, diz Lilian, que coordena o Instituto de Saúde da Comunidade (UFF), parceiro do Lappis.
Nessa parceria ISC-UFF e Lappis-IMS/UERJ, o itinerário formativo sempre foi potencializado como forma de incentivar os futuros profissionais de saúde a pensar e vivenciar a gestão do cuidado, do início ao fim de sua formação. “Participando de pesquisas, eventos, sendo também atores de sua formação, intencionamos gerar um itinerário diferenciado e creio que temos conseguido”, diz Lilian, citando como exemplo, as experiências de Saúde Coletiva e o impacto das mesmas nas políticas públicas de Saúde e de Educação.
Da mesa-redonda coordenada por Lilian Koifman no XII Seminário da Integralidade participam ainda: Ana Heckert (UFES), Luciana Florintino (SMS/Juazeiro), Julio Müller (ISC/UFMT), Douglas Angel (SMS/Rio Branco) e Ana Auler (Lappis-IMS/UERJ).
O BoletIN quer saber qual a expectativa dos participantes para o XII Seminário da Integralidade. Vejam o que pensa Lilian Koifman (foto)
“Sempre chego aos Seminários do Lappis com grande expectativa. A primeira experiência itinerante, ocorrida no ano passado em Recife, superou minha expectativas pois gerou participação intensa dos membros das mesas e do público. Saí muito otimista com a diversidade de experiências no âmbito da Integralidade que vem sendo desenvolvidas no Brasil. Neste ano, em Rio Branco, estaremos certamente ampliando ainda mais o espectro e aproveitando a riqueza local, encontrada no povo acreano!”
Serviço:
XII Seminário do Projeto Integralidade.
Data: 14 a 17 de agosto de 2012
Horário: das 9h às 18h
Local: Auditório do Hospital das Clínicas do Acre – Rod BR 364 Km 2 – Rio Branco (AC)
Inscrições: https://www.lappis.org.br/site/inscricao.html
Confira programação completa aqui
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