Hostpital Sófia Feldman

Termina seminário no Hospital Sofia Feldman, o “berço da integralidade”

seminario_sofia_30.jpg“O Hospital Sofia Feldman como cenário para produção de conhecimento e reflexões sobre cuidado em saúde”. Esse foi o tema da mesa de encerramento (dia 27) do I Seminário Nacional Incubadora da Integralidade e III Seminário do Programa da Integralidade do Hospital Sofia Feldman. O evento teve início dia 25, em Belo Horizone, e contou com a participação da coordenadora do Lappis, Roseni Pinheiro, e de profissionais das universidades federais de Mato Grosso, do Vale do São Francisco e do Acre e das secretarias municipais de saúde de Rio Branco (Acre) e Juazeiro (Ba).

Participaram da mesa-redonda: a enfermeira obstetra, Sibylle Vogt; a professora Elysângela Dittz da Escola de Enfermagem da UFMG; a fisioterapeuta Vivian Azevedo; e a enfermeira obstetra, Juliana Vieira. A moderação da atividade foi feita pela terapeuta ocupacional, mestre e doutora em Ciências da Saúde pela UFMG, Erika Ditzz.

Sibylle Vogt atrasou o início de sua apresentação e explicou o porquê: “Uma polonesa chegou grávida de uns oito meses em Minas, atrás do amor brasileiro e me encontraram – ela e o amor brasileiro. Assim como eu, há 30 anos, que também não conhecia o Sofia e também me apaixonei por aqui. Fiz o seu pré-natal e, ontem, ela entrou em trabalho de parto. Hoje, o bebê nasceu e já está mamando. Isto é integralidade da assistência”. Sibylle falou sobre “A assistência ao trabalho de parto e parto: comparação entre o modelo colaborativo e o tradicional de maternidades do SUS em Belo Horizonte”.

seminario_sofia_33.jpg“No Sofia, somos muito diferentes na assistência, apesar de nossas dificuldades, assim como em manter uma equipe interdisciplinar (que busca a integração e interação de duas ou mais disciplinas ou áreas do conhecimento). Temos um modelo que traz benefícios à mulher e ao recém-nascido”, disse. A enfermeira admitiu que “é difícil fazer sozinha, precisamos de um grupo de pesquisa e as incubadoras tem essa função: ajudar e facilitar as articulações”. A pergunta básica da sua pesquisa é: “A gente consegue baixar a taxa de cesáreas em serviços de modelo colaborativo que têm a enfermeira obstetra no cuidado?” Sibylle mesmo responde: “Sabemos hoje que não basta observar apenas a taxa de cesárea, mas também, oferecer um parto vaginal com menos intervenções”.

ULTRAPASSAR FRONTEIRAS

Elysângela Dittz Duarte, professora da Escola de Enfermagem da UFMG, enfocou “A continuidade do cuidado às crianças em condição crônica: desafios e possibilidade para a integralidade do cuidado”. Para a professora, são necessárias maior integração e coordenação dos diversos serviços da rede e o desenvolvimento de estratégias para viabilizar a comunicação entre os profissionais dos vários serviços a fim de que exista um fluxo de informações a respeito da criança. “Buscar a continuidade do cuidado das crianças com condições crônicas é, sobretudo, buscar a continuidade do cuidado das mães”, completou.

seminario_sofia_34.jpgA professora aproveitou o espaço de trocas do Seminário para colocar para os profissionais presentes a importância de se produzir conhecimento sobre aquilo em que se acredita. “As produções puramente acadêmicas não nos remetem a prosseguir e acabamos encapsulados em nós mesmos. São importantes as produções que tenham solidariedade no ensino. Em todos os trabalhos apresentados aqui, tinha alguém aprendendo, compartilhando e crescendo junto. A pesquisa não pode ser colocada como inacessível. Ela é possível a qualquer um, aproximar este trabalho do nosso cotidiano, com capacidade de mudar a realidade, a nossa própria realidade, estimulando no outro a vontade de pensar e continuar. É possível compartilhar o saber, a prática, ultrapassando as fronteiras”, concluiu.

CAMPO FÉRTIL

A coordenadora da equipe de Fisioterapeutas da Neonatologia do Sofia, Vivian Azevedo, doutoranda em Ciências da Saúde/UFMG, abordou o tema “Contato pele a pele: repercussões no estresse materno e na interação mãe-filho”.  Ela contou para os participantes que, no Sofia, o contato pele a pele da mãe com o bebê é mais precoce que em outras unidades. Há três anos, uma equipe de 33 profissionais desenvolve uma pesquisa na instituição e agora está efetuando análise dos resultados. Participou da pesquisa, também, a fisioterapeuta Fernanda Gontijo.

Vivian considerou enriquecedor o seminário por ser uma oportunidade de divulgar o que vem sendo realizado. “O Sofia é um campo fértil para pesquisa e produção de conhecimentos. Nossa Incubadora, a direção e as coordenações fomentam e incentivam essas iniciativas”. A prova disso, segundo ela, é que 13 produções foram realizadas no ano passado. “Uma das pesquisas é sobre manipulação mínima com o bebê prematuro. A repercussão no serviço é visível, percebemos a mudança de comportamento na assistência”, contou.

Completando a mesa, a enfermeira obstetra, Juliana Vieira, também do Sofia, relatou a experiência da Casa da Gestante Zilda Arns, enfatizando repercussões na saúde materna e perinatal. A moderação ficou a cargo da Terapeuta Ocupacional, Erika Dittz, da Linha de Ensino e Pesquisa e integrante da LEP, que fez uma reflexão: “É difícil articular pesquisa com o serviço, mas sabemos que é importante refletir e desenvolver pesquisas a partir de nossa prática”.

BERÇO DA INTEGRALIDADE

seminario_sofia_36.JPGPresente ao debate, a coordenadora do Lappis, Roseni Pinheiro, que participou da mesa de abertura do Seminário e foi moderadora em outra, apresentou algumas considerações para o grupo. Para ela, é importante que os trabalhadores em saúde tomem conhecimento do que vem sendo desenvolvido na Linha de Ensino e Pesquisa do Hospital Sofia Feldman, ressaltando a importância da produção de artigos e das devolutivas das pesquisas. “O usuário deve participar da validade dialógica como parte das devolutivas”, disse. “É muito bom ver hoje este Centro Permanente de Educação Continuada. Estamos no berço da integralidade”.

Bárbara Cabral, do Colegiado de Psicologia da Universidade do Vale do São Francisco/Incubadora Lappis-Vale, que participou de mesa-redonda no segundo dia, também fez algumas considerações. “Vocês produzem muito aqui, todos os dias; além das produções científicas e de artigos”, disse. “Experimentei como é ser acolhida por vocês. Voltamos com tatuagens muito fortes deste modo de cuidado que percebemos nos corredores, neste lugar de muita vida. Muito obrigada”.

Ao final, os integrantes das Incubadoras de Integralidade fizeram uma reunião para avaliação e encaminhamento dos desdobramentos do Seminário. O encontro foi promovido pela Linha de Ensino e Pesquisa do Hospital Sofia Feldman (LEP/HSF), com o apoio do Laboratório de Pesquisas de Práticas de Integralidade em Saúde (Lappis) e do Núcleo de Pesquisa e Estudo sobre Ensino e a Prática de Enfermagem (NUPEPE), da Escola de Enfermagem da UFMG.

Fonte: Assessoria de imprensa do Hospital Sofia Feldman

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