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“Relações intersubjetivas entre práticas e saberes na saúde, no direito e na educação” é tema de debate no I Pré Colóquio Internacional Interdisciplinar Hannah Arendt

Na quinta sessão coordenada do I Pré Colóquio Internacional Interdisciplinar Hannah Arendt, os expositores debateram em torno do tema “Relações intersubjetivas entre práticas e saberes na saúde, no direito e na educação”.

A primeira apresentação, teve como tema: “Corpos privados, espaços públicos: uma releitura da ação em Hannah Arendt à partir do livro ‘Notes Towards a Performative Theory of Assembly’, de Judith Butler”. O trabalho foi desenvolvido pelo bacharel em Ciências Sociais, Raphael Torres.

“O meu trabalho foi inspirado por um livro da Judith Butler que se chama “Notas para uma Teoria coorporativa da Assembleia”, em que Butler estabelece com a Hannah uma importante interlocução para pensar, em especial, no que tange às interdições e limites às possibilidades da aparição de corpos precarizados nos espaço público-político”, explicou Torres.

Luci Helena Silva Martins, professora da Universidade Estadual de Montes Claros, foi a segunda expositora da mesa e debateu o tema: “Hannah Arendt e o debate contemporâneo: a questão do conflito nos territórios estanques da política”. “Texto reflete sobre o totalitarismo ou, na sua versão recente, o neoliberalismo, ambos à disposição dos que ocupam o lugar vazio do poder. Esse movimento traz em seu bojo a anulação da política e a degradação dos espaços públicos. Nesse sentido defende-se que depois de Arendt, o pluralismo epistemológico e as teorias democráticas compõem a teoria crítica hoje”, disse Luci Helena.

Na última exposição do dia, “O conhecimento científico e a promoção do discurso como uma ferramenta para construção do bios políticos”, foi o tema desenvolvido pelos pesquisadores Daniel Paes e Joaquim Fernando Mendes. Daniel explicou que “o desenvolvimento de uma abordagem CTS (Ciência, Tecnologia e Sociedade) no ensino de química se faz necessário para resinificar diferentes conceitos de química. A criação de um universo ficcional em que possamos atribuir diferentes atuações para diversos personagens diante de um evento, permite à contextualização dos conceitos científicos à luz da formação do ser político”.

A coordenadora da mesa, Silvia Tapia (FSC – UBA/ Buenos Aires), fez o encerramento dos debates. “Os trabalhos apresentaram diversos olhares do pensamento de Arendt, pesquisas nos fazem refletir na forma de pensar. Acho que todos falaram da atualidade dentro do pensamento arendtiano, o que nos leva a pensar o porquê desses pensamentos serem tão atuais em épocas tão diferentes. É preocupante que tenhamos que debater temas que pareciam resolvidos, mas ao mesmo tempo, é também o reconhecimento dos conflitos da sociedade que vive num mundo capitalista. Para mim foi uma experiência única e gratificante ver tantas áreas discutindo sobre temas tão relevantes para o crescimento da nossa sociedade”, afirmou a professora e coordenado Silvia Tapia.

Por Jackeline Oliveira (Bolsista Lappis)