XII Integralidade sem fronteiras

Pré-seminário: Participação dá o tom do debate sobre a política nacional de humanização

abertura_publico_1.jpgO XII Seminário da Integralidade começa oficialmente nesta quarta-feira, em Rio Branco. Mas a julgar pelo clima do pré-seminário, que teve início na manhã de segunda, no Auditório do Hospital das Clínicas, as discussões serão quentes. O dia foi marcado pelo Encontro Regional Norte de Humanização e Apoio Institucional, que reuniu gestores, apoiadores, coordenadores e consultores da Política Nacional de Humanização (PNH) na Região Norte.

A coordenadora do Lappis, Roseni Pinheiro, e o secretário municipal de saúde de Rio Branco, Oswaldo Leal, abriram o Encontro, ao lado de Rodrigo Silveira, do Centro de Ciências da Saúde e Desporto da Universidade federal do Acre (UFAC). Durante a palestra de abertura, o coordenador da Política Nacional de Humanização do Minsitério da Saúde, Gustavo Nunes, ressaltou a importância de ampliar o olhar sobre o campo de análise para entender o que significa fazer apoio institucional numa região de fronteiras como o Acre e a Amazônia Legal.

abertura_gustavo_nunes.JPG“Nossa aposta é que esse processo de mobilização e aquecimento das discussões ganhe efetivamente  o espaço micropolítico, da necesidade de mudança das práticas de gestão de atenção”, disse Gustavo, apontando práticas que vem acontecendo na Região e que são responsáveis pelo aprofundamento da discussão sobre humanização da saúde. De acordo com Gustavo, trata-se, antes de mais nada, da dissolução de fronteiras entre quem formula, executa, planeja. “Saúde é direito e o usuário é portador desse direito. Mas a fórmula tradicional adota uma gestão hierarquizada com gestores que reproduzem uma linha verticalizada até a ponta do sistema”, comenta, sugerindo que é necessário subverter isso e valorizar o subjetivo e as questões de identidade.

Segundo o cordenador de Política de Humanização do Ministério da Saúde, na Amazonia Legal, a estratégia do apoio institucional é crucial pra transferir tecnologia e ampliar a capacidade institucional das secretarias estaduais e municipais. Para Gustavo, o caminho é a construção de redes que impulsionem processos menos fragmentados de cuidado tendo a Atenção Básica como ordenadora dessa rede. “O sentido mais nobre da produção de saúde é o que valoriza as relações, aproxima a gestão dos usuários”, aponta. Pensar dispositivos que coloquem gestores e usuários para conversar, itnervir, avaliar e refazer o projeto.

Rodas de conversa

Para continuar a discussão sobre o Apoio Institucional inserido num conjunto de lutas pela democratização da saúde, foram propostas duas rodas de conversa. Na primeira, pela manhã, o tema foi a “Contextualização do Apoio Institucional  no Brasil e na América Latina”. Na tarde chuvosa de Rio Branco, representantes do Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas da Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), representantes de Atenção à Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa), consultores de políticas nacionais de humanização, debateram com trabalhadores, gestores, usuários e estudantes “os limites e possibilidades da política de Humanização para mediar os itinerários do cuidado nas fronteiras da Amazônia Legal, considerando sua diversidade geográfica, cultural, ética e política”.

abertura_patricia_nino_2.JPGA consutora da PNH dos estados do Acre e Rondônia, Patrícia Nino, acha que eventos como esse alimentam a participação. “Foi muito bom. Potencializa o trabalho que a politica de humanização vem desenovlvendo no território desde 2005, onde a gente tem tentado construir coletivos que disputam processos de gestão, não só da politica mas do Sistema Único de Saúde”, disse. Para ela, as pessoas estão curiosas e desejando falar sobre seus processos de trabalho . “Em uma palavra, foi um dia de participação”.

abertura_mauricio_rebouca.JPGMaurício Rebouças, da coordenação da Humanização da Semsa, considera que foi um dia especial. “A grande riqueza desse primeiro dia foi que a gente acabou discutindo política nacional de humanização com um público heterogêneo. Muitas vezes, essas discussões ficam muito centralizadas naqueles que estão mais próximos e conduzem a política”, reflete. “Da maneira que ocorreu, a gente consegue ampliar a discussão”. Maurício considera que a PNH implica também em cumplicidade. “Precisa da implicação de todos os sujeitos gestores, trabalhadores, usuários. As questões que aparecem num encontro como esse são importantes para que a gente possa fazer a mediação e sair daqui fortalecido para construir o SUS que nós acreditamos”.

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