A oitava edição do Congresso de Ciências Sociais e Humanas em Saúde será sediada em João Pessoa, de 26 a 30 de setembro, na Universidade Federal da Paraíba, e reunirá estudantes, professores, pesquisadores, comunicadores, especialistas em políticas públicas, profissionais e trabalhadores da saúde para debater sobre o tema “Igualdade nas diferenças: enfrentamentos na construção compartilhada do bem viver e o SUS”.
Segundo a Coordenação da Comissão de Ciências Sociais e Humanas em Saúde da Abrasco, O tema vai promover um amplo debate sobre o valor da igualdade: “Nossa proposta é tornar o diálogo acadêmico cada vez mais inclusivo e plural, fazendo caber nossas diferenças nas mesas redondas e demais espaços da programação científica, em busca de maior horizontalidade nas relações”.
O Congresso acontecerá na comemoração dos 40 anos da Abrasco, e contará com 35 Grupos Temáticos (GTs) com propostas interdisciplinares, inter-regionais, interinstitucionais e valorizadoras de diferentes saberes e experiências para a produção do conhecimento.
O Lappis estará presente no evento com dois Grupos Temáticos:
Primeiro Grupo Temático: Instituições jurídicas e reivindicação de direitos para a materialização do SUS: Avanços e desafio do bem viver
Reivindicar, contestar, efetivar e exercer. Comumente, tais termos são utilizados para possibilitar a compreensão das estratégias de atuação da sociedade civil em relação aos seus direitos. As oportunidades políticas, no caso da saúde, estão fortemente orientadas pelos incentivos e restrições advindos do SUS e, num contexto crescente de judicialização e juridicização, são necessárias novas formas de refletir, teorizar e pesquisar sobre os avanços e desafios do bem viver em saúde a partir da relação entre instituições jurídicas, gestão e sociedade civil.
São objetivos do GT:
a) Estabelecer de maneira interdisciplinar discussões sobre estratégias judiciais, extrajudiciais e participativas de reivindicação do direito à saúde no âmbito do SUS.
b) Refletir sobre incentivos, restrições e mecanismos de acesso às instituições jurídicas e a sua contribuição para o bem viver em saúde, considerando os avanços e desafios
c) Analisar nexos constituintes da relação entre gestores, instituições jurídicas e sociedade civil no âmbito da América Latina que podem contribuir para a inovação de estratégias de materialização do direito à saúde
d) Discutir sobre as concepções sociais e culturais que subjazem a interação dos cidadãos com as instituições jurídicas na materialização do direito à saúde.
Coordenadores:
Felipe Dutra Asensi
Glaucia Maria de Araújo Ribeiro
Paula Lucía Arévalo Mutiz
Segundo Grupo Temático: Cuidado, responsabilidade coletiva e injustiça: O que estamos fazendo
A proposição deste GT resulta da continuidade das atividades de pesquisa ensino e extensão sobre a integralidade das ações de saúde, que nos últimos 20 anos vêm gerando resultados e produtos de forma compartilhada em diferentes modalidades de comunicação pública do conhecimento (fóruns, disciplinas, congresso, seminários, colóquios, periódicos, livros e coletânea). Este GT objetiva refletir de uma forma crítica e alargada as ideias de “Cuidado e Responsabilidade coletiva” como o solo epistemológico e de práticas para o enfretamento das injustiças e de toda forma de ameaça a liberdade o que nos exigi pensar sobre o que estamos fazendo! Estimula-se a apresentação de trabalhos a partir de quatro questionamentos:
a) Abordar a responsabilidade e a decisão na produção do cuidado na saúde, no sentido reatar os fios soltos do modo de viver publicamente em contraposição à burocratização e utilitarismo, tomando a diáspora da “política de humanização” como caso analise;
2) Discutir sobre a busca por cuidado (demanda) como condicionante de saúde, problematizando a perspectiva participativa e inclusiva do cidadão, assim como suas formas de organização de representação na formulação e na efetivação do direito à saúde,
3) Identificar os efeitos do progresso cientifico e tecnológico sobre difícil conciliação entre ética e técnica, fruto da dependência recíproca entre tecnologias educacionais e de saúde e o
4) Relacionar a produção do comum (bem viver) na atividade do “cuidar” e os desafios que são impostos pela produção do conhecimento sobre cuidado e os processos formativos (criticas sobre as clássicas dicotomias entre subjetividade e objetividade, individual e coletivo, preventivo e curativo).
Coordenadores:
Roseni Pinheiro
Altair Lira
Rodrigo Pinheiro da Silveira