Notícia

Minicursos expandem conhecimento dos futuros profissionais de saúde

“O nosso maior objetivo é  desenvolver, a cada dia, mais análises e compreensões, para que  juntos possamos enfrentar as dificuldades, superar os obstáculos e desafios que estão pela frente”, disse a líder do grupo de pesquisa LAPPIS Roseni Pinheiro, em entrevista durante o pré-evento da 17ª edição do Seminário do Projeto Integralidade: Saberes e Práticas no Cotidiano das Instituições de Saúde, promovido pelo Lappis/IMS/UERJ e PPGPSI-UFES com apoio da Capes, que acontece na UFES, Vitória, até dia 19 de outubro.

Cinco regiões do país, 17 Estados e o total de 740 inscritos. Superando expectativas, o seminário que completa 17 anos com o tema “AMOR MUNDI, POLÍTICAS DA AMIZADE E CUIDADO: A VIDA NA SAÚDE, ofereceu 17 minicursos de diversas áreas da saúde, com foco no “cuidado”. Para Roseni, um dos objetivos dos minicursos é expandir o conhecimento dos futuros profissionais e dar a eles estruturas para os próximos passos. “Nesses encontros oferecemos uma compreensão de ciência na saúde e da saúde para outras áreas afins. O aluno e o profissional sempre serão o nosso foco. É necessário ‘alargar’ a mentatalidade sobre a compreensão desses processos e com a responsabilidade pública que cada um de nós temos para enfrentar, superar e alcançar os objetivos de uma afirmação de vida e direito para todos”, ressaltou.

Getúlio Pinto ministrou o minicurso “Saúde e Violência contra a mulher”. Foto de Flaviano Quaresma.

Para a enfermeira obstetra Carla Guanabens [na foto de destaque acima], do Hospital Sofia Feldman (MG), uma das professoras da atividade “Saúde da mulher e o parto humanizado”, os minicursos são importantes para a conscientização dos alunos sobre a relação “médico-paciente”. Ela afirma que os temas abordados nesses cursos rápidos, de um modo geral, não são falados com frequência, mas deveriam ser. “Os participantes são ou serão os futuros profissionais que estarão na linha de frente, e se não se sabe ou não se fala como se vai desenvolver estratégias de mudança para combater? Por isso que essas oficinas são tão importantes, que além de desenvolverem um olhar político, também aprendem a se colocarem no lugar do outro”, explica Carla.

O professor Getúlio Pinto, psicólogo na equipe do Programa de Atendimento às Vítimas de Violência Sexual (PAVIVIS), trouxe o tema “Saúde e Violência contra a  mulher”. O pesquisador apresentou relatos de pacientes e ao final pediu para que cada uma das participantes lessem e falassem dos obstáculos que o sexo feminino tendem a enfrentar. Segundo Getúlio, mesmo que a sociedade seja patriarcal, assimétrica e machista, quando encontra um espaço, a saúde sai dessa visão totalmente protocolar para poder trazer uma visão de fortalecimento dos sujeitos, como sujeito e não como objeto, por exemplo da prática em saúde, já estamos revolucionando.

Juliana Lofego, da Universidade Federal do Acre (UFAC). Foto de Flaviano Quaresma.

“Comunicação em saúde” foi o tema do minicurso da professora Juliana Lofego, da UFAC, com conceitos de como acontece a comunicação no âmbito da saúde e perspectivas do dia-a-dia. A jornalista e pesquisadora explicou que mais do que se comunicar, é preciso saber se o ouvinte está entendendo, e deu um exemplo: “um médico pode passar uma prescrição para o paciente, mas tudo vai depender da interação entre eles, o médico precisa construir uma relação de confiança com o paciente. A comunicação está além dos instrumentos Embora as tecnologias sejam muito importantes, a comunicação está no vínculo que há entre essas pessoas”, disse.

Entre outros cursos oferecidos no dia 17 de outubro, estavam “Racismo e Saúde da População Negra (por Altair Lira – Associação Bahiana de Anemia Falciforme); Gestão do Trabalho em Saúde (NUPGASP – Saúde Coletiva/UFES); Saúde Mental e Saúde da Criança (Ariana Lucero– PPGPSI); Saúde Indígena e saberes tradicionais (Vilma Benedito – Tupinikim); Saúde e Processo de trabalho (Rafael Gomes, PPGPSI e Depto Psicologia UFES); Saúde do Idoso (Centro de Referência de Atenção ao Idoso de Vitória/ES); Reivindicação de Direitos (Felipe Dutra Asensi – LAPPIS/IMS/UERJ); Teatro do Oprimido (Cesar Paro – LAPPIS/IMS/UERJ); Itinerários Terapêuticos – (Tatiana Gerardt – PPGCOL –UFRGS); e Internet e Saúde: perspectivas metodológicas para estudos e pesquisas (Elaine Rabello, professora IMS/UERJ e ADRIANA ILHA, professora LABIC/UFES).

Texto de Jackeline Oliveira com supervisão jornalística de Flaviano Quaresma.