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Eronildo Felisberto (IMIP-PE) – Práticas Avaliativas da Integralidade em Saúde: possibilidades de pesquisa

alt1) Qual a importância deste seminário nas discussões que envolvem a prática da integralidade e atenção básica no âmbito da saúde pública?
O Simpósio constitui-se em importante oportunidade para o debate sobre esta questão crucial para o sistema de saúde brasileiro que é o princípio da Integralidade. Faz-se necessário destacar que a institucionalização desse princípio requer o desenvolvimento de múltiplas estratégias. Organizar demandas diversas, estando atentos ao objetivo principal de democratizar o conhecimento construído no dia-a-dia das práticas dos envolvidos no cuidado à saúde, na pesquisa e no ensino, buscando encontrar e/ou aprimorar ferramentas metodológicas e conceituais capazes de favorecer a sua compreensão. O avanço com a expansão da saúde da família como estratégia de atenção primária apresenta um campo fértil onde o direcionamento da política de saúde brasileira poderia promover prioritariamente a superação de eventuais dificuldades.

 
2) De que maneira a realização deste evento pode intervir para o melhor entendimento destas questões para os profissionais e estudantes presentes no seminário?
Um dos grandes desafios do Sistema Único de Saúde consiste na renovação dos paradigmas da formação de seus profissionais. Seja daqueles que ainda estão sob a égide do aparelho formador, ou diante da necessária atualização e capacitação permanente dos que já integram o sistema de saúde brasileiro. Em ambos os casos, a formação do profissional de saúde deve valorizar a doutrina e a prática de um ensino-aprendizagem que incorpore valores humanísticos e éticos que nos permitam uma melhor compreensão da vida. Neste sentido temos mais uma oportunidade de aprofundar o debate sobre tão desafiadora missão para todos nós.
 

3) De que forma as práticas avaliativas de integralidade em saúde podem otimizar as possibilidades de pesquisas voltadas para o cuidado com o usuário?
Nessa direção entendemos que o grande desafio é o de fortalecer essas práticas que são, ainda, incipientes no sistema de saúde brasileiro. Mas que vem ocorrendo, crescendo em importância nas ações individuais e coletivas e na definição de políticas, permeando os programas e fortalecendo profissionais e gestores em seus atos e decisões. Assim, devemos reconhecer a ocorrência positiva dos princípios organizativos de territorialidade com adstrição de clientela, cuidado integral e integralidade das ações, trabalho em equipe, estímulo à participação social e integração a um sistema regionalizado e hierarquizado da estratégia saúde da família, o que nos obriga a investigar possíveis direções ou tendências de sua aplicação. Advogamos a pertinência do desenvolvimento de uma capacidade avaliativa que permita promover efeito positivo na integralidade a partir do conhecimento proporcionado pelos diversos olhares possíveis sobre essa realidade.
 
4) Como as discussões levantadas nas mesas de debates podem potencializar os estudos direcionados às práticas de atenção básica e integralidade?
A prática avaliativa deve ser exercida com o rigor necessário desde sua elaboração, até a aplicação de critérios explícitos de análise, com um exercício metodológico cuidadoso, passando necessariamente por um processo de negociação e participação, estimulando e facilitando processos de aprendizagem e de desenvolvimento de pessoas e organizações. A disseminação de uma cultura avaliativa, que torne essa prática incorporada às rotinas nas três instâncias gestoras do SUS, deve buscar qualificar as ações dos profissionais de saúde, planejadores, gestores e representantes de organizações da sociedade civil.
 
 

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