Faltam exatos dois meses para o XII Seminário da Integralidade. Desta vez, o evento itinerante se desloca até o Acre, entre os dias 14 e 17 de agosto. Para garantir a sua participação, faça sua inscrição aqui mesmo, no site do Lappis. Já no dia 14, uma ágora vai reunir pesquisadores e gestores para discutir “as fronteiras das políticas específicas na efetivação do direito humano à saúde”. Nesta edição do BoletIN, a pesquisadora Leny Trad, do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que participa da Ágora, antecipa suas expectativas.
BoletIN – O tema do XII Seminário de Integralidade gira em torno da Integralidade sem fronteiras: itinerários formativos, de justiça e de gestão na busca por cuidado. Como você vê a importância desse debate para as práticas de saúde coletiva e a elaboração de políticas públicas de saúde?
Leny Trad – Penso que o tema do XII Seminário (Integralidade sem fronteiras: itinerários formativos, de justiça e de gestão na busca por cuidado) articula questões sobre justiça, formação, integralidade e gestão do cuidado em saúde margeando uma categoria especialmente potente: fronteiras. Seja no sentido literal ou mais metafórico, temos por um lado, as fronteiras geográficas/territoriais e, por outro, a questão das interfaces e do trânsito disciplinar (saberes e práticas). No primeiro sentido, destaco, particularmente, o fenômeno das migrações como um dos grandes desafios contemporâneos no percurso de consolidação de um sistema de atenção e práticas orientado pelo princípio do cuidado integral e universal.
BoletIN – Durante o Seminário, você vai estar presente à Ágora: “Áreas programáticas estratégicas em saúde e integralidade do cuidado: as fronteiras das políticas específicas na efetivação do direito humano à saúde”. Como o tema do direito humano ao cuidado vem sendo exercitado no nosso Sistema Único de Saúde?
Leny Trad – Considero que já tivemos muitos avanços em torno do debate do direito em saúde. Aqui me parece importante destacar a importância de se pensar no conceito de acessibilidade, uma vez que ele coloca em relevo os obstáculos que se interpõem entre o serviços e os potenciais usuários/população. Neste sentido, a criação de algumas políticas dirigidas a grupos específicos traduz uma preocupação em reconhecer e contemplar necessidades singulares das respectivas populações-alvo. Por outro lado, não podemos desconsiderar a polêmica em torno das políticas afirmativas no âmbito da saúde e as tensões, inclusive de caráter jurídico, entre universalização, igualdade e equidade em saúde.
BoletIN – Nesse sentido, como a discussão que vai acontecer durante o XII Seminário pode contribuir?
Leny Trad – Propiciando o intercâmbio de ideias, conhecimentos e experiências práticas em torno do tema central do evento e seus desdobramento, de um modo aberto, crítico e criativo.
BoletIN – Para concluir, qual sua expectativa para o Seminário deste ano e como avalia esse encontro de profissionais, pesquisadores, gestores e estudantes em saúde que vem acontecendo ao longo dos últimos 11 anos?
Leny Trad – As minhas expectativas são muito positivas tendo em vista tanto a temática proposta, cuja relevância e oportunidade já destaquei na primeira pergunta, e também a concepção (metodológica/pedagógica) geral do evento, a qual segue uma perspectiva que é parte da filosofia de trabalho do Lappis. Ou seja, propiciar o debate crítico e participativo entre profissionais, pesquisadores, gestores e estudantes em saúde sobre temas atuais e relevantes que interessam à academia (pesquisa e formação), aos serviços, à sociedade em geral e comunidades locais.
Serviço:
XII Seminário do Projeto Integralidade.
Data: 14 a 17 de agosto de 2012
Horário: das 9h às 18h
Local: Auditório do Hospital das Clínicas do Acre – Rod BR 364 Km 2 – Rio Branco (AC)
Inscrições: https://www.lappis.org.br/site/inscricao.html
Confira programação completa aqui
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