XII Integralidade sem fronteiras

Entrevista: Juliana Lofego e o papel da comunicação na saúde

JULIANA_LOFEGO.JPGUma das organizadoras do XII Seminário da Integralidade, a jornalista, professora da Universidade Federal do Acre (UFAC) e pesquisadora do Lappis, Juliana Lofego, fala sobre a importância de deslocar o debate este ano para a Região da Amazônia Legal e discute o papel da Comunicação na saúde e na sociedade, tema de uma mesa-redonda a ser coordenada por ela na próxima quarta-feira, dia 15, a partir das 9h30.

A programação do pré-seminário teve início hoje com o Encontro Regional Norte de Humanização e Apoio Institucional, com a participação de Gustavo Nunes, coordenador da Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde. As mesas de amanhã e quarta-feira ainda fazem parte do pré-seminário. A cerimônia de abertura do XII Seminário da Integralidade propriamente dito acontece na quarta, às 17 horas.

Confira a entrevista com Juliana Lofego.

BoletIN – A Região Norte é uma área com muitas especificidades culturais, políticas e econômicas. Qual o peso desse evento para o Acre?
Juliana Lofego –Eu acredito que o evento acontece em um momento de maior amadurecimento político e administrativo em toda a Amazônia – mas falo especialmente da da Saúde no Acre – e também de reconhecimento de políticas públicas nacionais da necessidade de investimentos na Região e suas especificidades, que lida com questões de fronteiras, acesso, formação. Esses temas estão na pauta do Seminário e a gente espera que as discussões estimulem a reflexão sobre o cuidado e, logicamente, influenciem as práticas e as políticas públicas. Teremos a presença de vários pesquisadores, professores e profissionaisque trazem uma mistura de olhares e experiências tanto locais como de diferentes regiões, de países da fronteira.  Minha aposta é que essas contribuições de conhecimento, curiosidades e estranhamentos gerem muita inquietação e questionamento nos participantes, que são em sua maioria profissionais de saúde e estudantes. E que isso permita avanços na qualidade da saúde da Região.

BoletIN – Você vai coordenar duas mesas, uma durante o pré-seminário, sobre Comunicação, e a outra no Seminário propriamente dito, sobre o trabalho em equipe e a questão das fronteiras. Em relação à primeira, como a Comunicação pode contribuir para as discussões sobre o Sistema Único de Saúde, as práticas em saúde coletiva e, consequentemente, a construção da democracia?
Juliana – A comunicação pode ir além de sua utilização instrumental, como é normalmente vista no SUS, nas funções de assessoria de imprensa, produção  de eventos e material gráfico, e também passar a ser vista de forma estratégica. Conhecer e atuar nos processos de comunicação que existem no SUS, nas instituições, nas redes interinstitucionais, identificar discursos, escutar vozes com diferentes poderes… Podemos pensar, por exemplo, em formas de incluir a fala dos usuários na construção das políticas públicas, em potencializar canais de participação e troca de informações entre profissionais. Com isso, estimula-se a construção democrática de processos de trabalho, de políticas públicas. Essa é uma discussão ampla, mas queremos abordar algumas dessas questões na mesa “Comunicação…”.

BoletIN – Como você pretende abordar essa discussão na mesa “Comunicação, Saúde e Sociedade”, que acontece na quarta-feira, dia 15, e contará com grandes nomes da área?
Juliana –A mesa pretende tratar a a comunicação como política pública na saúde, onde a cidadania e a democracia são conceitos fundamentais, a questão da comunicação como um direito à saúde, que inclui tanto o acesso à informação quanto a participação, o poder de falar – e  como trazer a voz dos cidadãos, dos movimentos sociais e dos profissionais para a gestão. Para trazer essas discussões, estarão presentes a professora Inesita Araújo, coordenadora e professora do curso de Pós -Graduação do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica da Fiocruz, o professor Carlos Camacho, da Universidad Católica Boliviana San Pablo – uma escolha que visa as trocas e parcerias entre os países fronteiriços,  o médico sanitarista Felipe Cavalcanti, sub-editor do Blog Saúde Brasil, e Concita Maia, Secretária Estadual de Políticas para Mulheres do Acre, que traz experiências de comunicacão na gestão e nos movimentos sociais.

SERVIÇO:
XII Seminário do Projeto Integralidade
Data: De 13 a 17 de agosto de 2012
Horário: das 9h às 18h
Local: Auditório do Hospital das Clínicas do Acre (Rod BR 364 – Km 2 – Rio Branco-Acre).
Acompanhe a cobertura do evento pelo site do Lappis e nas nossas páginas do twitter e facebook. 

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