A mesa de abertura do primeiro dia do Pré-Colóquio Hannah Arendt: totalitarismo, subjetividade e responsabilidade, teve como tema “Àgora Epistêmica Interdisciplinar: perspectivas interdisciplinares de estudos na Saúde, Direito e na Educação“. A mesa, que teve início por volta das 10h e encerrou às 13h, contou com a participação de Yuri Azeredo (USP), Bruno Stelet (UFRJ), Rodrigo da Silveira (UFAC) e Carlos Eduardo Honorato ( SES-RJ/UFRJ). Roseni Pinheiro (líder do grupo de Pesquisa Lappis) foi quem a coordenou.
A mesa de abertura, que foi realizado no auditório do IMS, na UERJ, teve transmissão ao vivo pelo Facebook, na página oficial do Lappis e da UERJ. Pessoas de diversos estados e países, como Portugal e França, que não puderam estar presentes, acompanharam o evento pela internet.
Roseni iniciou o debate agradecendo a UERJ, a PUC-Rio, o CAPES e todos os envolvidos no evento. Ela falou sobre agir em perspectivas mais inclusivas no ponto de vista público da Saúde, Políticas, Assistência Social, Direito e Educação. “É muito importante para nós estarmos dividindo este momento com vocês porque isso é justamente compartilhar esse processo de interdisciplinaridade do campo da Filosofia com o Direito, Educação e Saúde”.
Durante a mesa, foi discutido que o pensar arendtiano é realizado por três elementos: o pensar político; a visibilidade desse pensar; e a dimensão da pluralidade.
O primeiro a falar sobre as obras de Hannah Arendt foi o psiquiatra Carlos Eduardo Honorato. O trabalho e a obra de Hannah foi fundamental para Carlos Eduardo pensar sobre seu Mestrado e o Doutorado, pois ele procurava por uma obra no qual tivesse um pensamento aberto em questões envolvem o debate das diferenças. “A obra que me foi apresentada foi ‘A Condição Humana’. Ela é centrada na vida humana que se caracteriza por um mundo de pluralidades”, ele explicou sobre a obra.
Outro expositor da mesa de abertura foi Yuri Azeredo, que é psicólogo. Yuri homenageou e falou sobre a sua relação com a obra de Hannah Arendt “A Condição Humana”. A aproximação de Yuri com o pensamento de Hannah começou logo no início da faculdade, mas foi no Mestrado que surgiu a necessidade de articular o pensamento de Hannah em uma perspectiva interdisciplinar. “Em minha dissertação pesquisei sobre essa produção dentro do campo da Saúde Coletiva”, contou durante a mesa.
O médico Bruno Stelet teve como objeto de Mestrado os valores éticos dentro da formação de Medicina. Foi então nesse aspecto que Bruno estudou as obras de Hannah Arendt, chegando na ‘A Condição Humana’. “O pensamento para Hannah é dar possibilidade para o que acontece; olhar as diferenças entre o conhecimento e a Ciência. Com a categoria da narrativa eu consegui perceber que Hannah Arendt traz um debate sobre a narratividade, que para ela é um elemento muito importante”, disse sobre as obras de Hannah Arendt.
O último expositor da mesa de abertura foi o médico Rodrigo da Silveira, que falou sobre as categorias arendtianas e como essas categorias foram importantes para o seu trabalho: “as obras de Hannah Arendt caíram como uma luva para a minha tese, pois foi um trabalho através de narrativas e o pensamento arendtiano me ajudou nessa busca”, contou sobre o seu trabalho.
A mesa de abertura encerrou-se com o período de perguntas, onde os participantes e ouvintes puderam tirar suas dúvidas em relação às obras de Hannah Arendt.
Texto por Camila Spínola (Voluntária Lappis)