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Abertura do XV Seminário Centro-Oeste: compartilhando saberes em cenários de crise

Universidade de Brasília sedia o evento, que teve mesa de abertura na noite do dia 1o de julho.

 

01 07 abertura XV Seminario Centro Oeste BSB4O cenário da saúde pública brasileira e as possibilidades de construção de conhecimento e estabelecimento de parcerias em meio situação de crise econômica e social foram questões que permearam os discursos na abertura do XV Seminário Internacional do Projeto Integralidade em Saúde – Edição Centro Oeste. A cerimônia aconteceu na Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, na noite do dia 1o de julho.

A mesa de abertura contou com a presença da diretora da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília (FS/UnB), professora Maria Fátima de Sousa, da chefe do Departamento de Saúde Coletiva (DSC/FS/UnB), professora Leonor Pacheco, da diretora do Departamento de Apoio à Gestão Participativa da Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa do Ministério da Saúde (DAGEP/SGEP/MS), Katia Souto, do subsecretário de Atenção Primária da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Bernardo Augusto Nunan, da professora do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/UERJ), Roseni Pinheiro, coordenadora do grupo de pesquisa Laboratório de Pesquisas sobre Práticas de Integralidade em Saúde – LAPPIS e pelo coordenador local do XV Seminário, professor Gustavo Nunes de Oliveira (DSC/FS/UnB).

01 07 abertura XV Seminario Centro Oeste BSB1O professor Gustavo Nunes disse que constituir alianças e promover a mobilização de redes para produção de conhecimento com a pauta da participação social e garantia de direitos são ações difíceis quando a crítica fica obstruída por questões que ganham destaque em um ambiente tenso socialmente. Ele considera as redes necessárias para fazer questionamentos internos ao movimento sanitário e percebe o desejo de profissionais de saúde em discutir situações que vivenciam – como evidenciado no minicurso sobre apoio institucional, oferecido pelo professor como atividade pré-seminário.

01 07 abertura XV Seminario Centro Oeste BSB10A contribuição do Lappis em aclarar os muitos sentidos da integralidade, ao discutir práticas, integração serviços e cuidado foi destacada pela professora Maria Fátima de Sousa, diretora da Faculdade de Ciências da Saúde. Ela falou sobre parcerias realizadas pela Universidade de Brasília, como na implementação da atenção primária à saúde na capital federal, construções difíceis que melhoram com a colaboração de muitas pessoas. Para a profesora, trabalhar entre amigos e seguir a mesma trilha facilita a caminhada. “É preciso que a gente se reagrupe, se reencontre. E a 15a Conferência Nacional de Saúde pode ser um bom lugar para isso. Espero que a casa (UnB) contribua mais uma vez pensando o direcionamento ideológico para o desenvolvimento do SUS”, afirmou.

A chefe do Departamento de Saúde Coletiva Leonor Pacheco fez uma fala breve em que destacou a qualidade do projeto Pet Saúde, que merece ser mantido pelo Ministério da Saúde. Ela ressaltou algumas situações que ilustram o envolvimento e o aprendizado dos alunos envolvidos em atividades do programa.

Produção de saberes e práticas é um desafio cotidiano para a gestão e para a academia, segundo análise de Katia Souto (SGEP/MS). Para ela, as pontes para essa construção estão nos caminhos de diálogo e reconhecimento, que permitem trazer olhares novos e possibilidades de práticas de integralidade. Ela contou que essa troca foi vivenciada no fórum sobre políticas de saúde do campo e floresta, destacando a participação da UnB no reconhecimento de diferentes saberes e também como instituição parceira na articulação das conferências livres. Em um momento de crise como o atual, ela levanta a importância de resgatar a radicalidade dos movimentos sociais e um certo reencantamento, como o sentimento de cidadania que havia na 8a Conferência Nacional de Saúde.

Representando a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, Bernardo Augusto Nunan disse que a situação política e social no contexto nacional reflete no DF e na rede de saúde, mas que momentos de crise também podem ser grandes oportunidades, pois exige criar e inovar. Por isso, estar junto da academia é importante para criar ferramentas para ultrapassar a situação.Ele destacou as parcerias com a UnB, em 2009 com a professora Fátima e agora com Gustavo Nunes e Departamento de Saúde Coletiva, na busca por implantar o apoio institucional no DF. “Hoje com uma cobertura baixa, em cerca de 25%, a saúde da família tem tudo para rever e melhorar”, completou.

A coordenadora do Lappis, professora Roseni Pinheiro, disse que desde o primeiro Seminário do Projeto Integralidade, há 15 anos, buscam recuperar o diálogo e horizontalizar pesquisas, com metodologias mais inclusivas e tendo o usuário como produtor de conhecimento. Embora o local para isso seja na universidade, mesmo em um dos mais antigos grupos de pesquisa da segunda geração da Saúde Coletiva ela diz que ainda sofre preconceitos teóricos, metodológicos e conceituais por dar centralidade a usuários e práticas dos serviços. Para isso, afirma que deve-se trabalhar mais apoio, extensão e pesquisa e “não desistir, mas resistir na luta por conhecimento com justiça e qualificação profissional”.

As falas da noite de abertura foram encerradas com as boas vindas e os agradecimentos do professor Gustavo Nunes, que garantiu para os próximos dias do evento bastante espaço de debate, contemplando as misturas entre saberes da academia, serviços e movimentos sociais.

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